19.5.15
14.5.15
13.5.15
#28
Estou no aeroporto à espera de entrar no avião para Lisboa e acho incrível ver que cada vez há mais suíços a visitar Portugal. Quando vim para cá há 3 anos era raro vê-los nos voos para Portugal.
9.5.15
#27
Aquela altura do ano em que se vêem lado a lado pessoas de sandálias e manga curta e pessoas de casacos e cachecóis (como eu).
6.5.15
#26
Uma visita de fim de semana à Irlanda fez-me lembrar a vida no Reino Unido. Eu sei que há imensas diferenças entre os 2 países, mas também há muitas semelhanças. Coisas básicas, como conduzirem do outro lado da estrada e as tomadas serem diferentes, voltaram a fazer-me alguma confusão. Mas pude ver que sinto falta do espírito de conversa anglófono, da simpatia (mesmo que falsa, por vezes) e da conversa com estranhos. Há algo naquelas ilhas que atrai.
2.5.15
#25
Eu gosto de viajar. E eu não gosto de viajar. Adoro planear, escolher voos, investigar hotéis e ler guias sobre o que visitar. Gosto de imaginar como vai ser, ver fotos, ler opiniões de pessoas que já passearam pelo sítio que vou visitar. Mas quando chega o momento de fazer a mala e apanhar o voo começo a ficar com preguiça e a pensar que era bem mais agradável passar o fim de semana a descansar em casa. No entanto ignoro estes sentimentos e viajo e fico contente por ver coisas novas e abrir horizontes, mas todas as noites conto os dias até voltar a dormir na minha cama.
27.4.15
#24
Os suíços adoram trotinetes, sejam crianças ou adultos. É muito comum ver pessoas de fato que vão para o trabalho e que usam a trotinete para se deslocarem mais rápido. Eu acho muito estranho, talvez porque em Portugal alguém que fizesse isso não era levado a sério e por parecer que há uma maior necessidade de se mostrar que somos adultos. São estas pequenas diferenças que tornam a vida fora do nosso país engraçada, como encaramos pequenas coisas de maneira diferente.
22.4.15
15.4.15
#22
Depois de um longo inverno, finalmente chegou a primavera com
temperaturas de 20 graus quase todos os dias. E é impossível não reparar
como a luz é aproveitada de maneira diferente nestes países onde o sol
não brilha sempre. Uma das coisas que eu acho muito saudável cá é o
facto de todas as pessoas adorarem as varandas de casa e de as
aproveitarem ao máximo. Acho que nunca vi uma varanda fechada, como as
marquises portuguesas. Quase toda a gente tem uma mesa lá fora e durante
a primavera e verão come na rua quase todos os dias. E em Portugal que
há imensas possibilidades de usar este espaço exterior, ninguém o faz.
Por isso há uns tempos não pude deixar de me rir quando vi uma
publicidade do ikea em Portugal e que prova isto mesmo.
11.4.15
#21
Estar a rever o Seinfeld e perceber que a Julia Louis-Dreyfus era mais nova do que eu sou agora quando começou a fazer a série.
8.4.15
#20
Atenas é uma cidade muito jovem e cheia de vida. Apesar de ser suja e confusa é uma cidade com uma dinamica incrível. O partenon é magnífico e vale mesmo a pena visitar. O centro não é muito grande e consegue-se andar muito facilmente entre todos os monumentos. É uma boa opção para um fim de semana prolongado. E tenho de destacar o iogurte grego, que é realmente muito bom!
#19
Um dos problemas de se viver fora é que todas as ferias e fins de semana longos costumam ser passados em Portugal. Passo tanto tempo com vontade de ir lá que costuma ser difícil decidir ir a outro lado e saber que só vou ver a família e os amigos daí a 5 ou 6 meses. Por esta razão o ano passado só fui a Portugal. Mas este ano aproveitei o fim de semana da páscoa para ir conhecer Atenas. E gostei de viajar e ver um sítio novo, mas também senti a falta de ir a casa. Não é fácil coordenar tudo, mas vale a pena.
31.3.15
29.3.15
#17
Perguntam-me muitas vezes se não é horrível e deprimente passar o inverno aqui. A minha resposta é sempre que apesar do frio na rua, é muito mais confortável estar cá porque as casas são bem aquecidas.
28.3.15
#16
Há cerca de um mês comprei o fitbit one, um pedómetro. A ideia é sentir-me motivada a dar pelo menos 10000 passos por dia, para manter um estilo do vida saudável. Desde essa altura que o uso todos os dias e dou uma média de 8000 passos, o que não é o suficiente. Mas só o facto de querer dar mais passos e ver os números e gráficos diários de actividade ao fim do dia já me faz sentir que foi uma boa compra.
26.3.15
#15
Aquele momento em que chego a casa super cansada, ponho água a aquecer para fazer um chá, abro o armário para ir buscar uma caneca e suspiro de alívio ao perceber que ainda tenho loiça limpa e não tenho de lavar nada.
22.3.15
#14
Nunca gostei de domingos. A perspective de ter escola ou ter de ir trabalhar no dia seguinte ensombram sempre o dia. No entanto, aqui os domingos conseguem ser ainda pior. Não há um supermercado ou loja abertos, mais de metade dos restaurantes e cafés fecham e ninguém sai à rua, especialmente com frio. E eu tenho horror a cidades vazias e a esta solidão imposta à força porque o domingo é o dia da família. E quem não a tem tivesse.
21.3.15
17.3.15
#11
Há dias que quase morro de tédio neste deserto de ideias, neste marasmo cultural que é a Suíça. É insuportável.
16.3.15
#10
Há dias que me pergunto se vim mesmo viver para a Suíça, porque aqui na parte francesa eles basicamente vivem como se fossem um província de França. Gostam de ler o os jornais franceses, de ver a televisão, de ver o cinema francês e de ouvir a música francesa. Discutem mais a política do país ao lado do que a deles e todos têm a sua opinião sobre como os governantes de França deviam agir. E eu pergunto porquê? Claro que acho importante estarmos atentos ao que se passa ao nosso lado, mas eles só querem saber da França, não dizem nada da Alemanha, nem da Itália, nem de nenhum outro sítio. No entanto, quando apontamos o facto de eles viverem obcecados com o país vizinho, apressam-se a distanciar-se porque na mente deles a Suíça é infinitamente superior.
7.3.15
5.3.15
#8
Ontem cheguei tarde a casa por causa do trabalho e tive de ir cozinhar. Pensei em adiantar serviço e fazer logo um segundo jantar para não ter de cozinhar outro. Fui comer enquanto o segundo prato estava no forno e nunca mais me lembrei dele. 2 horas mais tarde comecei a sentir cheiro a queimado. E hoje tenho de cozinhar outra vez.
4.3.15
3.3.15
#6
Tenho conhecido muitas pessoas a viver aqui que nasceram na suíça, mas que têm pais portugueses, italianos, espanhóis, etc. Estas pessoas dizem sempre que são da nacionalidade dos pais, visto ser raro que tenham passaporte suíço. No entanto, basta falar um pouco com algumas sobre o país que dizem ser delas (Portugal, Itália, Espanha, etc) para as ouvirmos dizer que felizmente nunca tiveram de viver nesses países horríveis e que não têm intenção de os conhecer melhor. Não suporto ouvir coisas destas, acho bastante ofensivo. Quando lhes dá jeito usam a única nacionalidade que possuem, mas depois não se cansam dizer mal.
2.3.15
26.2.15
#4
Fez este mês 3 anos que cheguei à suíça e apesar de já cá estar há tempo tempo continuo a sentir que não estou em casa. O que me faz pensar que talvez os países sejam como as pessoas que conhecemos, com algumas temos química e entendemo-nos perfeitamente, com outras é preciso mais trabalho, mas ao fim de algum tempo começamos a gostar imenso e por fim há aquelas que por mais que tentemos não conseguimos perceber e gostar da companhia. Infelizmente para mim tem sido a última hipótese. E até posso estar a ser injusta, porque apesar das dificuldades normais de viver num país estrangeiro as coisas têm corrido bem e eu tenho tentado ver o lado bom. Mas eu acho que este país não tem alma e como é que nos podemos apaixonar por alguém sem alma?
25.2.15
#3
Parece que há anos que não tenho um verão a sério. Sinto falta do fim da primavera e de sentir os dias a aquecer. Sinto falta daquelas manhãs em que o sol nasceu há pouco tempo e já sente imenso calor. Sinto falta de sair de casa sem casaco e sem leggings. Sinto falta do calor de maio, do de junho, do de julho, do de agosto e do de setembro, porque são todos diferentes. Sinto falta de saber a que horas vai estar maré baixa e maré alta. Sinto falta de um verão algarvio do início ao fim, não há nada que se compare.
#2
Mas quem é que se lembrou que passar 9 horas por dia fechada num escritório era o sonho a atingir?
24.2.15
27.10.14
CFF
O sistema de comboios na Suíça funciona muito bem. Eu trabalho a 40 km de casa e apanho o comboio todos os dias para ir ir e vir. Há cerca de 4 comboios por hora entre as 2 cidades e se eu fosse para Genebra teria ainda mais por onde escolher. Um bom sistema de transportes é muito importante para uma boa qualidade de vida e é por isso que tenho a possibilidade de trabalhar numa cidade um pouco distante, porque ter um carro não seria uma opção para mim neste momento.
O lado mais negativo é o preço. O meu passe mensal custava-me 240 CHF (+-200 €) por mês, por isso optei por comprar o passe anual que custa 330 CHF (+-274 €) mensalmente, mas como contrapartida posso andar em todos os transportes (comboios, autocarros, barcos) no país inteiro.
Não há muitas coisas que eu levaria da Suíça para Portugal, mas ter um bom sistema de transportes entre cidades era concretiza uma delas.
http://www.cff.ch/home.html
25.10.14
De Volta
Quão irritante é que durante a semana durma 7 horas e ande de rastos e no fim de semana acorde ao fim de 6 e esteja fresca como uma alface?
21.8.14
Pfff
A Suíça está a ter o pior verão dos últimos 50 anos, por isso o tempo tem estado quase sempre nublado e as temperaturas mal chegam aos 20 graus.
Depois de passar 2 semanas com temperaturas acima dos 30, dói imenso voltar a este tempinho da treta. Parece que aterrei no outono em pleno agosto.
19.8.14
18.5.14
Coisas Que Os Suíços Gostam - A Suíça
Todos os suíços amam a suíça com todo o seu ser. Têm todos a certeza que vivem no melhor país à face da terra e que têm imensa sorte de nascido neste canto abençoado por todos os deuses. Que nunca em lugar algum será possível viver tão bem, porque aqui, pensam eles, tudo é melhor.
É interessante perguntar a suíços se não gostariam de viver noutro país e ver a cara deles de pânico, como se alguém lhes tivesse apontado uma arma, enquanto abanam a cabeça e dizem que não, que estão muito, muito, muito bem na suíça
5.3.14
English
Os suíços e os franceses queixam-se todos que não percebem o inglês americano, só percebem o inglês british. E eu não percebo qual é a diferença para eles, porque eles só vêem televisão e cinema dobrados, e mais de metade da música que ouvem é francesa. Qual é o critério?
Eu Adoro A Suíça. Not.
Chegar a casa depois de um dia muito longo e cansativo, querer tomar um duche e não haver água quente no prédio.
28.2.14
Rir Para Não Chorar
Os suíços são pessoas muito engraçadas. No dia 9 de Fevereiro 56% dos suíços votou, entre outras coisas, para limitar a emigração em massa. O Sim passou com 50,3%, ou seja, metade do país votou e dessa metade houve uma divisão quase perfeita, com 20 mil votos de diferença. Pelos vistos ter 56% por cento da população a votar espantou toda a gente, por ser um numero altíssimo de participantes, eu acho ridículo que metade do país se esteja nas tintas para o que lhes acontece, mas como dizem, cada um tem o que merece.
É verdade que cá há votações demais, de 3 em 3 meses há 3 votações tipo referendos e para além disso devem haver as eleições a sério para os políticos. Esta ideia que toda a gente tem de pronunciar sobre todos os assuntos é para mim a prova que a democracia directa que se pratica cá, não resulta. E a grande desculpa que dão é que com tantas votações é difícil fazer as pessoas votar, mas mais uma vez vim a perceber que isto é só gente preguiçosa como o raio. Quando há uma eleição ou votação cada cidadão suíço recebe no correio o boletim de voto, as informações de todos os partidos relativos ao tema que está a ser votado e um envelope que não precisa de selo. Suas excelências, só tem de fazer a cruz, assinar o envelope para provar quem votou (tão, mas tão absurdo) e pôr numa das milhares caixas do correio que estão em toda a parte. Mesmo assim, não o fazem.
Mas adiante, o Sim ganhou e como tal a Suíça tem 3 anos para estudar a mudança da lei e para a implementar, no entanto quase imediatamente os suíços recusaram-se a dar aos Croatas (que já fazem parte da UE) os mesmo direitos de todos os cidadãos da União Europeia, logo a UE começou também a aplicar medidas, como suspender um programa de investigação universitária "Horizon 2020" e o famoso "Erasmus". E o mais interessante é o tom com que a imprensa dá estas notícias, a UE é vista como a má da fita vingativa, que quer fazer mal aos suíços. O que eles querem é impedir os outros de vir para cá, mas querem continuar a beneficiar de tudo o que têm agora. São como as crianças mimadas que não querem partilhar os chocolates com os primos, mas que ficam furiosos quando os primos não lhes dão bolo.
Será que esta foi a decisão certa para eles? Na realidade não sei, mas pouco importa. O que importa é assumir o que se fez e compreender as consequências. Porque é preciso muita lata para querer ter mais direitos que os outros, e quando descobrem que não vão sair impunes, vir ter o discurso do coitadinho que está a ser mal tratado.
Não me preocupo muito com o resultado da votação, felizmente tenho um passaporte português e se neste país a coisa correr mal, há muitos sítios onde deve valer mais a pena viver.
19.2.14
17.2.14
Mentalidade Portuguesa Vs Mentalidade Suíça
Hoje acordei super constipada a sentir-me pessimamente. Considerei nao
ir trabalhar, mas depois achei que era melhor trabalhar de forma um
pouco menos eficaz do que não trabalhar de todo. Então com algum esforço
levantei-me e preparei-me para ir apanhar o comboio às 7 da manhã. Passei a manha desconfortável com tosse, o nariz a pingar, a garganta a arranhar.
18.10.13
Coisas Que Preocupam Os Suiços
No jornal:
"Acordo surpresa! As lojas poderao abrir no dia 31 de Dezembro".
Este pais as vezes e tao deprimente.
17.10.13
29.9.13
7.9.13
Estacionamento
Este tem de ser o país com as regras de estacionamento mais complicadas de sempre. Como não tenho carro nunca cheguei a perceber exactamente as restrições todas. Mas, pelo que tenho observado, os lugares amarelos são privados, normalmente alugados a uma pessoa especifica, não podem ser usados por mais ninguém, nem que estejam vazios durante semanas. Nos lugares azuis pode-se estacionar gratuitamente durante 2 ou 3 horas, das 8.00 às 19.00 e deixar durante a noite, mas tem de se usar um disco azul que indica a que horas se chegou. Os lugares brancos supostamente são de graça, mas também já vi lugares brancos com parquímetros e restrição de estacionar de 2 horas. No entanto, também já ouvi dizer que independentemente de ser azul ou branco pode haver um sinal que indica regras diferentes em termos de horas e pagamento.
Ou seja, estacionar é uma dor de cabeça e é caro. Quem tem carro tem de alugar um lugar ao pé de casa e quando vai de carro para o trabalho tem de por o carro numa garagem comum ou alugar um lugar lá também. Ou então pode por num lugar azul e andar a mudar o carro de 3 em 3 horas. O interessante é que é proibido estacionar se não houver marcas no chão com uma das 3 cores, e como tudo aqui, dá direito a multa.
Como é que é possível viver assim?
Say What?
Tive uma reunião de trabalho em genebra numa empresa internacional, na qual metade das pessoas são inglesas. A conversa ia alternando entre inglês e francês, o que não seria complicado não fosse o facto de os ingleses falarem francês com sotaque inglês e os suíços falarem inglês com sotaque francês. Eu estava no meio daquela gente e tinha de me lembrar a cada 5 segundos que língua é que se estava a falar.
Boîte À Lait
As típicas caixas de correio suíças, com uma gaveta, a chamada boîte à lait. Antigamente serviam para deixar o leite, mas hoje servem para as encomentas. O carteiro abre a gaveta e deixa lá os pacotes, o único problema é que qualquer pessoa pode abrir a gaveta, não está trancada. Algumas estão dentro dos prédios, mas há muitas na rua. Não sei como é que não há pessoas a fazer passeios e abrir todas as caixas de correio que encontram para ver se há presentes lá.
15.8.13
Again And Again
Desde o momento em que me levanto até ao minuto em que saio do trabalho estou sempre a pensar que assim que chegar a casa vou deitar-me e dormir uns 30 minutos.
E é claro que quando chego a casa estou cheia de energia e nunca me deito.
12.8.13
Livros
Agora trabalho num escritório numa cidade diferente, por isso tenho uma viagem de 30 minutos de comboio em cada sentido todas as manhãs. A parte boa é que me permite começar o dia a ler e à conta disso ando a papar livros a um velocidade alucinante. Tenho lido um livro por semana e às vezes dou por mim a conter-me para não ler em casa, para ver se os livros duram mais tempo.
11.8.13
Algarve
Digo muitas vezes que estar cá no Inverno não custa muito. A verdade é que em Portugal se sofre muito mais com o frio, apesar do tempo ser bem melhor do que aqui. O que me dói verdadeiramente é estar cá no Verão. Portugal é um país fantástico, mas é no Verão que toda a alegria e vontade de fazer coisas sai cá para fora. E sendo eu Algarvia a ideia de não ir à praia, deitar-me na areia e mergulhar no mar chega a fazer-me comichão. Algo está errado quando não se passa o mês de Agosto a comer peixe grelhado e marisco, a apanhar sol até não se poder mais, a sentir o cheiro da maresia, a beber bebidas frescas em esplanadas cheias de gente, a ir à praia, a fazer jantaradas, almoçaradas, encontros com amigos, a rever todas as pessoas que vivem noutras cidades, mas que como bons Algarvios voltam nesta altura. É estúpido, mas para mim Verão sem isto não existe e eu continuo à espera que o meu comece, só que este ano para mim não há Verão. Que saudades eu tenho da minha terra, família, amigos e do Agosto no meu Algarve.
10.8.13
Compras
Como se tornou costume fui fazer as compras para a casa hoje de manhã.
Precisava de ovos e sempre que compro ovos lembro-me de ser criança e não perceber porque é que os ovos eram retratados a branco nos desenhos animados. Acho já era adulta quando vi pela primeira vez ovos brancos, e nem me pareciam reais. E ainda hoje tenho a impressão de estar a comprar um brinquedo em vez de comida.
1.8.13
1 De Agosto
Hoje é o dia da Suíça e felizmente é feriado. Para aproveitar o bom tempo fui dar um passeio de bicicleta ao pé do lago.
Este mês de Julho foi o mais quente dos últimos 30 anos, o que se tem traduzido em muito sol e em temperaturas de 30 graus quase todos os dias. Tenho tentado aproveitar o verão cá, porque este ano não vou ter férias em Agosto. Mudei de trabalho, por isso durante 3 meses não posso ir a lado nenhum.
28.6.13
25.6.13
Abrigos
Cá é obrigatório que todos os edifícios de habitação tenham na cave um abrigo anti-atómico. A moda começou depois da 2ª guerra mundial e mantém-se até hoje. Quando se escolhe desenhar os prédios sem abrigo, tem de se pagar uma brutalidade à commune da zona para garantir o lugar dessas pessoas num abrigo público. A primeira vez que vi um abrigo fiquei chocada, a porta em ferro tem pelo menos uns 50 cm de espessura, lá dentro é escuro e pequeno para as supostas pessoas que deve albergar, só tem paredes e um buraco no chão para fazer de sanita.
24.6.13
19.6.13
18.6.13
Encomendas
Quando estava em Londres ganhei o habito de fazer compras online. Livros, roupas, sapatos, coisas da casa, comida, quase tudo se pode comprar na internet e normalmente costuma ser mais barato do que nas lojas e é raro ter de se pagar portes de envio. Por isso, sempre que preciso de algo costumo fazer sempre pesquisas na internet para ver se encontro preços melhores.
Para quem nao sabe as coisas na Suiça sao, no geral, mais caras e ha muito menos escolha. Por isso cheguei a fazer encomendas de sites ingleses algumas vezes, porque mesmo com portes o preço continuava a compensar. Qual nao e o meu espanto quando fui levantar uma encomenda aos correios e me cobraram uma taxa de 25 francos. Esta gente nao se perde, quando se manda vir alguma coisa do estrangeiro que a partida se poderia ter comprado ca, ha uma taxa que tem de ser paga, ou entao ficamos sem a encomenda. Escusado sera dizer que ja desisti, so mando vir livros so bookdepository, ao menos nisso nunca me compraram a taxa.
16.6.13
15.6.13
Sun
Uma das coisas que mais me surpreende até hoje, depois de ter passado por alguns sítios é ver como estas pessoas destes países vibram com dias de sol. Acho bastante saudável esta ideia de que temos de aproveitar ao máximo, porque sabe-se lá como vai estar o dia de amanhã. E é verdade que há dias de calor e que no dia a seguir já está nublado. De certa forma os portugueses e outros povos que vivem mais a sul acabam por não ligar tanto, porque a a probabilidade de estar sol e calor no dia a seguir é mesmo muito alta. Há sempre uma espécie de transição muito gradual, vai ficando mais frio devagar. Aqui não, é como jogar na lotaria todos os dias.
12.6.13
Shhh
Ja tinha ouvido muitas historias sobre a intolerância dos suíços em relação ao barulho, mas ainda nao tinha visto nada. Até agora.
A minha casa actual é num pequeno prédio com quase cem anos. Dos 6 apartamentos ha 3 onde vivem pessoas mais velhas e 3 que foram alugados recentemente. Por baixo de mim vive uma senhora de idade com quem eu ja falei e que me parecia simpatica. No outro dia quando cheguei a casa do trabalho tinha um bilhetinho da concierge a dizer-me que tinham havido queixas do "barulho tardio" que eu costumo fazer. Ora, eu nao tenho televisao, vivo sozinha e nem tenho mesmo o habito de ouvir muita musica. O barulho do qual a minha querida vizinha se queixa é o barulho que faço quando ando em casa da sala para o quarto e do quarto para a cozinha, porque tenho um soalho de madeira antigo daqueles que estala. Ate podia ser que eu andasse de saltos em casa ou que fizesse sapateado, mas nao, nunca fiz nada disso.
Liguei à concierge para saber o que se passava e ela confirmou que a vizinha de baixo se tinha queixado que eu andava a arrastar moveis pela noite adentro e que fazia imenso barulho, disse-me também que eu devia comprar tapetes para abafar o barulho e que devia por protecções debaixo das cadeiras. Eu garanti que nao costumo arrastar moveis e perguntei-lhe como é que ela sugeria que eu me deslocasse dentro da minha casa. Nos prédios velhos os barulhos propagam-se muito facilmente, nao ha nada a fazer.
Bem que já me tinham dito que aqui nao é preciso muita policia, porque os vizinhos se policiam uns aos outros. True story.
28.5.13
Gras
Ao contrario de nos que usamos varios programas de computador em ingles, os franceses traduzem tudinho. Faz algum sentido porque facilita ler na nossa língua nativa. Eu percebo, mas quando tenho de trabalhar em word e quero por uma palavra a “Bold”, fico sempre meio segundo perdida a pensar onde é que raio esta o B.
24.5.13
Só Mais Esta
Há umas semanas lembrei-me de convidar as minhas colegas para virem jantar à minha casa nova. Era uma terça feira e eu pensei que talvez na quinta ou na sexta pudéssemos fazer o jantar. Elas responderam que sim, que era uma boa ideia e que na semana seguinte podíamos voltar a falar nisso para combinarmos a dita refeição para a outra semana a seguir.
Não voltei a falar nisso.
You Can Take The Girl Out Of Portugal, But You Can´t Take Portugal Out Of The Girl
Na verdade não gosto da Suíça. Desde que cheguei que me tento convencer que isto é um sítio agradável, calmo, onde as coisas funcionam, há dinheiro, as paisagens são bonitas e a comida até boa. Na teoria tem todas as qualidades para ser um paraíso, na prática o que sinto é que vivo numa cidade sem alma. Poderia dizer país, mas como só tenho a experiência da zona francesa não vou generalizar. Talvez não ajude que eu tenha vivido em Londres e nada se comparar à vida lá, talvez a dificuldade em exprimir-me em francês não me permita aproveitar a vida aqui como devia, talvez ou talvez não. Eu sei que nunca ninguém está contente com o que tem e eu sinto-me contente de ter um bom emprego, o problema é o resto. Esta falta de carácter, esta obsessão com o dinheiro, esta ideia que a suíça é o melhor país do mundo, que as pessoas dos outros países são todas preguiçosas e que a educação escolar deles é superior a todas as outras. A facilidade com que compram porcarias que não precisam de todo, só porque têm de ter o último modelo do telefone. Aqui diz-se em tom de brincadeira que a suíça é a prostituta da Europa, por aceitar o dinheiro de toda a gente, o problema desta frase é que até faz o país parecer muito mais interessante do que na realidade é. E como isto é aborrecido, os feriados são os piores dias, uma pessoa bem quer sair e aproveitar, mas não há nada aberto, nada. Cafés, restaurantes, lojas, nadinha. Podia estar horas a descrever coisas que me irritam aqui, mas vou parar por hoje, talvez para a próxima consiga dizer algo positivo.
27.4.13
Carta de Condução
Quando cheguei cá, há um ano atrás, disseram-me que tinha 12 meses para trocar a minha carta por uma carta suíça. Como não tenho carro e é mesmo muito raro conduzir nunca mais pensei nisso. Até que chegou abril e surgiu a hipótese de alugar um carro para ir passear com uns amigos que vêm cá visitar-me em maio. Acabei por me lembrar que a minha carta portuguesa já não é válida aqui. Comecei então a pesquisar o que era preciso para mudar a carta, porque aqui nada é simples, para tudo há um ou 2 formulários e para tudo tem de se pagar.
25.3.13
Be Careful What You Wish For
Quando era pequena sempre tive pena de nunca ter mudado de casa. Ter histórias de conhecer uma casa nova, empacotar e desempacotar coisas. Parecia tão divertido.
Hoje em dia, depois de já ter perdido a conta às casas onde já vivi, quero é não ter de me voltar a mudar. Uma pessoa pensa que que o pior são os móveis, mas o pior são as inúmeras coisitas espalhadas por todo lado, como as canetas, as molas, os livros. Coisas sem lugar definido e que se perdem facilmente.
Após uma semana a casa já está habitável, mas ainda assim longe de estar acabada, porque ainda me faltam móveis. E a cada coisa nova que entra cá em casa eu só consigo pensar que um dia vai ter de voltar a sair e quem vai carregar com ela sou eu.
14.3.13
Inverno
A uma semana da Primavera volta o frio e a neve (nao que os últimos dias tenham sido quentes, mas foram menos frios).
E a mudança de casa é ja amanha, estou ansiosa por ver tudo arrumado na casa nova, todo este processo é cansativo.
10.3.13
2.3.13
Casas
Uma das coisas mais horríveis pelas quais alguém pode passar na Suíça é ter encontrar casa para viver. É verdade que encontrar casa nunca é fácil e que em cada cidade há dificuldades diferentes. Em Londres era difícil, porque é uma cidade com muita procura e muito cara, logo há poucas casas dentro dos orçamentos pretendidos que não sejam num bairro perigoso e/ou nojentas. A chave é persistência e rapidez.
Aqui lidamos com um tipo diferente de problemas. Há mesmo muita falta de casas disponíveis e há muita procura, mas o problema principal está no sistema. Com a mania de serem o mais justos que podem, acabam por criar o sistema de casas mais corrupto que alguma vez vi na vida. Enquanto nos outro sítios a primeira pessoa que quer a casa fica com ela, dado que preencha os requisitos mínimos, aqui eles querem a melhor pessoa possível para o apartamento. As agências imobiliárias não fazem nada, são as pessoas que vivem na casa e vão sair que organizam uma visita geral para que todos os interessados possam ver a casa ao mesmo tempo. Nunca me senti tão desconfortável a ver casas, houve algumas que vi com pelo menos 20 pessoas desesperadas, e estamos a falar de apartamentos pequenos. Depois da visita os interessados tem de preencher um formulário da agência e entregar com uma cópia do permis ou bi, recibos de salário ou uma declaração do emprego e uma declaração do office des poursuites que garante que não temos dividas. Em teoria a agência analisa os dossiers dos candidatos e escolhe o melhor, na verdade o que acontece é que a casa vai para alguém que tenha uma cunha, alguém que conheça uma das pessoas que trabalha na agência.
Basicamente, é um tipo novo de rejeição, não adianta ser o primeiro a ver a casa, o que interessa é ter a sorte brutal de realmente ser o melhor ou conhecer alguém que interceda por nós. Chega-se ao ponto de haver tantas cunhas para a mesma casa, que ganha a pessoa que tiver a cunha mais poderosa. E como se não bastasse há uma espécie de "código" a seguir, pessoas sozinhas só podem viver num estúdio ou num T1, casais sem filhos num T1, casais com 1 filho num T2, etc. Cheguei a ver um formulário duma agência que dizia que se uma mulher estivesse grávida tinha de mostrar uma declaração médica que o comprovasse, vi também anúncios na internet de pessoas que ofereciam 500 francos de recompensa se lhes fosse dada uma casa. Claro que esta competição é pior nas cidades, há muitas casas no meio do campo em terriolas que são fáceis de conseguir, e embora 90% das pessoas consiga a sua casa com cunha, há excepções e depende de cidade para cidade. É um pouco difícil de explicar, só comparável aos falsos concursos públicos que abrem em Portugal, para inglês ver, quando já têm a pessoa escolhida para o emprego. Em que até se tenta, mas já se vai tão desmotivado que nem valia a pena ter ido.
No meio disto, depois muitas casas vistas e muita frustração por não ter sido escolhida para nenhuma, eis que consegui uma casa sem cunha. Foi uma casa que foi vista por muito pouca gente, porque não havia anúncios na internet, logo em vez das típicas 30 candidaturas, só houve 4 ou 5. Posso dizer que espero nunca mais ter de procurar casa neste país.
10.1.13
8.1.13
O Imposto Do Saco
Aqui toda a gente é super ecológica, por essa razão as comunas vão tentando a todo o custo obrigar as pessoas a separar o lixo e a reciclar. Por isso desde o dia 1 de Janeiro só se pode deitar o lixo fora em sacos brancos autorizados que são caríssimos, 1 saco oficial de 30 litros custa cerca de 2 francos. A minha grande curiosidade era saber como é que eles iam obrigar as pessoas utilizar os sacos oficiais e hoje tive a resposta. Pelos vistos os sacos não oficiais vão ser deixados à porta do prédio com este aviso. Só me dá vontade de rir.
2013
À vinda para a Suíça tive de fazer escala em Lisboa, o que me permitiu andar a ver as lojas do aeroporto. E gostava de dar destaque à loja Portfolio, uma loja dedicada à venda de produtos portugueses. Desde comida, vinho a objectos tradicionais aliados ao design e moda. Adorei quase tudo e fiquei com vontade de trazer imensa coisa, mas consegui resistir acabei por comprar apenas o santo António em azulejo e a sardinha em cerâmica. Vale a pena passar por lá.
8.12.12
11.11.12
Viver Fora
Acho que é preciso viver fora de Portugal para nos apercebermos de todas as coisas boas que existem por aí. Claro que não há sitio como a nossa casa, mas sei que antes não valorizava o meu país como devia. O facto de estarmos sempre a ser expostos a injustiças e a dificuldades acabam por não nos deixar perceber as qualidades imensas do cantinho à beira mal plantado.
Comida
Como me apetecia uma sapateira, arroz de lingueirão, um bitoque, batata doce, conquilhas, camarões....
5.11.12
Coisas Que Me Espantam
Que a minha colega, suíça, pergunte à outra se a palavra "espinafre" é feminina ou masculina.
20.10.12
Saudades
10.10.12
30
Aos 30 anos posso dizer que já fui várias pessoas, sinto às vezes um peso de quem já viveu várias vidas. É normal lembrar-me de coisas que aconteceram noutra terra, numa altura diferente e sentir que já fui mais adulta do que sou.
Hoje, no dia do meu trigésimo aniversário posso dizer que estou a viver num país onde nunca pensei que viria a viver, na minha 13ª casa. Já comprei mais toalhas e lençóis do que muita gente na vida inteira. Aprendi a desapegar-me de coisas e de casas, adoro ter a minha casa, mas sei que amanhã posso já não estar no mesmo sítio. Aprendi a começar de novo e de novo e de novo.
Domino a língua inglesa e luto por domesticar a língua francesa, mas ela é selvagem e continua a trocar-me as voltas.
Sonho com a ideia de voltar a Portugal, para uma vida mais cheia, com a certeza que isso muito dificilmente vai acontecer.
Continuo sentir-me perdida e bastante desiludida por descobrir que a idade não resolve as dúvidas existenciais, que pelo contrário, as torna maiores.
Apercebi-me que nada substitui a família e os amigos. E que os bons amigos são aqueles com quem conseguimos conversar como se nos tivéssemos visto ontem, mesmo que se tenham passado meses.
Reconheço que há uma linha ténue entre aventura e sacrifício e que a idade vai fazendo pesar a segunda.
Desejos para o futuro? Viajar, conhecer mais coisas, novas comidas, novos costumes e ter sempre um ninho para onde posso voltar ao fim do dia.
Deixo os 20 para trás e começo uma nova fase.
3.10.12
E Depois Fazem Destas
Registei-me no site suíço da lotaria para poder jogar ao euromilhões online. Hoje recebi uma carta no correio a pedir-me para enviar por correio ou por email uma fotocópia do BI ou passaporte para terem a certeza que tenho mais de 18 anos.
2.10.12
Facturas
Os suíços gostam muito do sistema de pagamento por facturas. As contas da electricidade, do telefone, ginásio, etc chegam pelo correio e podem ser pagas online ou indo aos correios. Até aqui tudo bem, o que me surpreendeu foi quando comecei a fazer compras para a casa (comida, produtos de limpeza) na internet e me apercebi que eles oferecem a possibilidade de pagar com factura. Ou seja, recebi tudo o que tinha pedido e deram-me até ao fim do mês para pagar. Como se isto não fosse já surpreendente, no outro dia andava a ver sapatos no site zalando.ch e também lá se pode pagar com factura até 14 dias depois de receber a encomenda. É isso que este país tem de interessante, por um lado exigem uma data de papelada e dificultam imenso o processo de integração, mas depois entregam-nos comida e sapatos em casa e pagamos quando pudermos.
30.9.12
Nervos
Irritam-me profundamente as pessoas que vivem cá uns meses e começam a usar palavras que não existem em português.
O exemplos que mais tenho ouvido são:
terraça - esplanada
grelhada - churrasco
balcão - varanda
26.9.12
25.9.12
Outono
Agora que chegou o Outono e o tempo ja esta mais fresco começam a aparecer por todo o lado as carnes da caça.
20.9.12
A Velha História
Os suíços franceses não gostam de franceses. Os suíços alemães não gostam de alemães. Os suíços italianos não gostam de italianos. E entre eles embirram uns com outros.
19.9.12
Não Percebo
Fico extremamente irritada quando vejo anúncios a promoções das companhias aéreas que prometem viagens com grandes descontos. Por mais que tente nunca consigo encontrar os ditos preços baixos, sinto que é um enorme engano.
18.9.12
Argh
Sabemos que estamos a chegar a um nível diferente quando passamos a ter sonhos com alguns diálogos em francês.
27.7.12
2012
Quando me mudei para Londres em 2007 os Jogos Olímpicos eram apenas uma ideia distante. 2012 estava tão longe, no entanto, a grande importância do evento já se sentia na altura. A cidade andou a preparar-se ao detalhe, british style, durante muitos anos e isso reflectia-se no dia a dia. Os jogos foram também um grande catalisador da cidade em termos de arquitectura e construção, daí talvez haver tanto trabalho na altura em que fui para lá.
Hoje, cinco anos depois, é o culminar de toda a essa preparação e devo dizer que é com pena de estar longe que vou assistir à cerimónia. Porque, de certa forma, quem lá viveu durante o tempo que antecedeu os jogos não pode deixar de sentir que também contribuiu, nem que seja de forma ínfima para o que vai acontecer hoje. Também eu sinto orgulho pelo trabalho realizado lá.
Como um longo noivado que chega ao fim, venham jogos.
24.7.12
9.7.12
Expressões
O equivalente suíço da expressão portuguesa "faço isso com uma perna às costas" é "faço isso com dois dedos no nariz".
7.7.12
O Raio Do Francês
"C´est pas terrible" é uma expressão muito utilizada aqui. Após muita confusão percebi que o que isto quer realmente dizer é "Não é fantástico". Logo, a palavra terrível é usada como sinónimo de algo bom. Uma loucura.
Telefone
As minhas colegas ficam furiosas quando alguém liga para o escritório e não se identifica imediatamente antes de dizer o que quer.
30.6.12
Fico doente com o preço das coisas aqui. O dinheiro voa a uma velocidade alucinante. E dou por mim a perceber que coisas que em Portugal são bastante acessíveis, aqui são luxos. Ir ao cabeleireiro fazer um corte pode ficar entre 80 a 120 francos. Eu fico doente de pensar em dar 100 francos por um corte de cabelo. Eu sei que a vida aqui é diferente, mas não me entra na cabeça.
3.6.12
1.6.12
Nome
Na Suíça um filho só pode ter o nome do pai se os pais forem casados. Caso não o sejam, a criança só pode ter o nome da mãe e o pai não direitos nenhuns sobre a criança. Tem de fazer um pedido especial em que reconhece que é o pai, mas fica por aí. E pelos vistos, só há muito pouco tempo é que uma mulher pode escolher não ficar com o nome do marido quando se casa.
24.5.12
Os Suíços
Vivem num mundo surreal (para mim), muitas vezes tenho a sensação de estar dentro de um filme ou numa realidade paralela. Tenho duas colegas suíças da minha idade e quando temos conversas fico sempre com a sensação que realmente sou um alien. Elas nunca conheceram o desemprego e nunca tiveram a sensação de desespero de saber que por mais que se tente não vamos conseguir uma solução para os nosso problemas financeiros. As duas têm contas poupança e de reforma desde o dia em que começaram a trabalhar, as duas já viajaram pela América do norte e do sul, pela Ásia e pela Austrália e falam disso que como se falassem de dar um salto a Madrid para o fim de semana. No outro dia uma das minhas colegas recebeu um convite para ir a Bali na semana seguinte e comprou o bilhete 3 dias antes da viagem. A outra, todos os anos faz uma grande viagem e costuma tirar 1 ou 2 meses não pagos para estar a vontade com o tempo e ainda poder ter férias quando volta, este ano vai tirar 3 meses para ir para a Tailândia. Nota-se claramente que cá não existe muito a preocupação de não ter emprego no dia seguinte, de não poder pagar a renda e de não ter dinheiro para sobreviver. Eles assumem que a sociedade funciona e vão ter sempre direito a uma vida decente.
Há uns dias o meu patrão disse que tinha visto notícias sobre Portugal e que tinha ficado espantado de perceber que mais de metade dos jovens não tinha trabalho. A minha colega ficou muito admirada e perguntou porque é que em Portugal as pessoas não queriam trabalhar. A ideia de não haver trabalho para tanta gente nem lhe passou pela cabeça. Da mesma forma que em conversa elas criticaram uma amiga filha de pais chilenos que tinha vivido com os pais até aos 25, apesar de já ter emprego. Não faz sentido nesta sociedade ter emprego e ficar em casa, tal como a não existe a ideia de que uma pessoa não ganhe o suficiente para se sustentar.
Muitas vezes oiço estas coisas e acabo por ficar calada, porque há coisas que não se explicam. Se me fossem dizer que há países onde uma pessoa se sente "segura financeiramente" eu nunca ia perceber o conceito verdadeiramente.
12.5.12
Sandálias
Cá, à semelhança de Londres, também acontece um fenómeno que acho interessante. Basta o calendário dizer que é Maio para andar toda a gente com roupa de verão e sandálias, mesmo que esteja a chover e não esteja calor nenhum. É como se as pessoas vestissem de acordo com a agenda e não de acordo com o que se passa lá fora.
Sol
Nunca vou perceber como é possível que um dia esteja o céu completamente limpo e 28 graus e no dia seguir esteja nublado e a temperatura tenha descido para 18. Não é uma passagem gradual, não há tempo para nos habituarmos, se o sol vem é tentar aproveitar ao máximo. No entanto, não me posso queixar muito, o tempo na Suíça é muito melhor do que na Inglaterra ou na Holanda.
1.5.12
21.4.12
Montanhas
Aqui há montanhas por todo o lado, para onde quer que se olhe há sempre algo no horizonte.
15.4.12
Objecto A Objecto
Uma casa é composta de objectos grandes e de inúmeros detalhes, coisas que nem reparamos que estão lá. Uma grande parte dos meus amigos mudou uma ou duas vezes de casa. Da casa dos pais para a casa(s) onde viveram nos tempos de universidade e posteriormente para uma casa deles. Passaram pelo processo de comprar os bens necessários uma ou duas vezes. Porque mesmo tendo mudado de casa, quando é no mesmo país, é fácil enfiar tudo no carro e transportar para a casa nova. Eu mudei-me em Março para esta casa onde estou agora e todos os dias dou por falta de algo que me esqueci de comprar. No outro dia fiz um prato no forno e apercebi-me que ainda não tenho pegas de cozinha, uns dias depois molhei o chão e lembrei-me que ainda não tenho uma esfregona.
Nos últimos anos já mudei tantas vezes que penso que no total tive de comprar lençóis, toalhas, loiça, talheres, etc pelo menos umas 8 vezes. Já dei muitas coisas, outras pura e simplesmente deitei fora apesar de estarem em óptimo estado, no entanto quando se muda de país não se vai pagar uma fortuna para transportar canecas e edredões. Agora vou enchendo a casa, outra vez.
25.3.12
Lavar A Roupa 2
Após alguma pesquisa descobri na amazon (adoro este site) uma "mini" máquina de lavar roupa. Mandei vir e hoje estive a experimentá-la e tenho de dizer que estou muito contente!
23.3.12
O Lago
Todos os suíços são obcecados com o lago. Ir passear ao pé do lago, ver o lago da varanda, comer ao pé do lago, viver perto do lago.
Eu acho que o lago disfarça bem e tem dias que parece o mar.
18.3.12
Lavar A Roupa
Estou a gostar de viver na Suíça, apesar de ser um país bastante calminho. No entanto, posso dizer que a coisa que mais me enerva neste país é o facto de ser extremamente difícil lavar a roupa. É raro os apartamentos terem máquina de lavar, porque todos os edifícios têm uma sala na cave com 2 máquinas para uso comum do prédio. Como se isto não fosse mau o suficiente, cada apartamento tem um dia e um horário especial para lavar a roupa que tem de ser respeitado. No novo apartamento o horário fantástico que eu tenho é o de segunda-feira das 11h às 16h. Como é óbvio, qualquer pessoa que trabalhe durante as horas normais não tem possibilidade para lavar a roupa. E é esta falta de flexibilidade que me irrita, estar limitada a um horário que não posso utilizar e não ter maneira de o contornar. Se a casa fosse maior e tivesse 2 casas de banho podia tentar falar com o senhorio e propor-lhe tirar o bidé ou um lavatório e instalar uma máquina de lavar roupa, que é o que muita gente acaba por fazer. Entretanto vou pensando numa solução.
14.3.12
Moda
Há uns dias vi um rapaz adolescente, com phones, calças largas e estilo hip hop com uma malinha Louis Vuitton. Ao início pensei que era engano, mas depois de ver uns quantos, perguntei à minha colega e ela confirmou que desde o ano passado essa era a moda cá, especialmente para o "grupo hip hop".
Realmente a moda é algo estranho. Basta de mudar de país para o mesmo fato passar a ser ridículo.
13.3.12
Chez Moi
Após uma longa procura acabei por encontrar casa e mudar-me há uma semana. É pequenota, mas tem uma bela vista do lago. Entretanto vou comprando coisas que já comprei tantas vezes antes, toalhas, lençóis, etc.
29.2.12
25.2.12
Samedi
Hoje tive a oportunidade de ir passar a manhã a umas piscinas de água quente em Lavey. Posso dizer que adorei. Estar num jacuzzi de água bem quente ao ar livre no Inverno é uma sensação fantástica. Para além das piscinas tinham salas para relaxar, sauna e banho turco. Para quem quer descansar não há nada melhor.
21.2.12
20.2.12
Língua
A nossa língua materna é uma ferramenta extremamente importante para a nossa vida diária. Pequenas coisas diárias dependem de podermos comunicar com as pessoas, como por exemplo ir ao banco, procurar casa, telefonar. É impressionante como nos sentimos impotentes quando estamos num sítio cuja língua não dominamos. Tudo é antecipado e ensaiado e uma pequena tarefa ganha uma enorme importância. Será que vou perceber quando a pessoa responder? E no fim, quando corre bem, fico com uma enorme sensação de vitória por ter conseguido ir ao banco sozinha ou ter conseguido falar com uma imobiliária por telefone. São as pequenas coisas.
19.2.12
16.2.12
Back To Life
O tempo tem passado muito depressa, demasiado para fazer, coisas novas para descobrir. Estou aqui há menos de 3 semanas e já me parecem meses.
Queria escrever um pouco sobre o processo de vir para cá trabalhar, embora isto seja apenas a minha percepção e possa haver informação mais correcta noutros locais. No meio da confusão toda o que me parece mais fácil é mesmo conseguir emprego. A Suíça não faz parte da União Europeia, logo para se trabalhar cá é necessário obter um permit de trabalho.
Para obter este permit é necessário ir à comuna do cantão onde se reside com o contrato de trabalho, fotografias tipo passe, cartão do cidadão ou passaporte, cédula pessoal e uma declaração do tribunal com o cadastro. Com estes documentos é quase sempre concedido o permit, que pode demorar até 30 dias a chegar e que custa 90 francos (mas acho que o preço varia). Existem três tipos: o C, o B e o L. O C é melhor, é o que equivale a ser suíço, o B é para contratos de tempo indeterminado e penso que tem uma duração de 5 anos e o L que tem a validade de 6 meses e que não permite fazer muitas das coisas que se podem fazer com os outros 2.
De seguida abri uma conta no banco. Foi muito fácil, basta levar o passaporte, eu levei o contrato de trabalho também, embora ache que não era necessário e já está. Não precisei de depositar dinheiro nenhum, nem de dar prova de morada.
Outra burocracia importante a tratar são os seguros que são obrigatórios. Tive de comprar um seguro de saúde que custa cerca de 250 francos mensais, um seguro de responsabilidade civil (sim, a sério) e um seguro que cobre danos feitos no recheio da casa, que custam cerca de 180 francos por ano.
Dito assim até parece simples e no meu caso até foi porque tenho tido a ajuda preciosa de pessoas fantásticas que me levaram directamente aos sítios certos me ajudaram com o francês. O que me me leva a dizer que o melhor conselho que posso dar a alguém que queira vir para cá é: aprender bem francês.
Eu fiz um curso intensivo na alliance française, mas não foi o suficiente. Quanto mais estudarem em casa, menos dificuldades vão ter por cá. Eu continuo um bocado às aranhas, embora ouvir todos os dias ajude. E fiquem cientes que aqui quase ninguém fala inglês de bom grado. Já tive de falar inglês uma vez ou duas e sinto-me mal sempre que tenho de o fazer.
Posso também dizer que o meu trabalho tem boas condições, o ordenado é certamente atraente, mas os custos de cá viver são consideráveis. É difícil pagar menos de 40 francos num restaurante.
E agora a parte interessante, arranjar casa é um pesadelo. As rendas normalmente ficam por um terço do ordenado, nada mau. Em londres as rendas são muito caras, mas existem milhares de casas, aqui as rendas são acessíveis, mas é preciso ter muita sorte ou uma grande cunha para conseguir alugar uma casa. Para começar, só se pode alugar uma casa com o permit de trabalho (que pode demorar até 30 dias) e a grande maioria das casas exige 3 recibos de ordenado e 3 meses de caução. O que significa que na maior parte dos casos só é possível alugar uma casa no quarto mês, um T1 que custe 1500 francos por mês vai ter investimento inicial de 6000 francos (1ª renda e caução), mais o preço de mobilar a casa. Até lá as opções passam por alugar um quarto, ficar num hotel ou ficar em casa de amigos. E o processo de aluguer é estranhíssimo, as pessoas que estão na casa e vão sair encarregam-se das visitas, e a agência imobiliária trata do processo. Quando há pessoas interessadas na casa, estas têm de preparar um dossier para entregar na imobiliária e vai ser avaliado. Há tantas pessoas a procurar e tão poucas casas que as agências se dão ao luxo de mandar pessoas embora.
A conclusão é que os primeiros meses são muito duros. Em termos de adaptação, em termos de língua, burocracias e em termos de custos. Estar cá com o dinheiro de Portugal não é nada fácil, mas tudo deve melhorar a partir do momento em que se recebe o primeiro ordenado.
Outras curiosidades que me saltaram a vista são o facto de nas moradas não escrever o andar, nem o apartamento, escreve-se o nome da pessoa e o carteiro procura quando chega. Toda a gente tem Iphone, toda a gente mesmo. A comida é fantástica, ando perdida com os queijos e os chocolates.
1.2.12
30.1.12
27.1.12
26.1.12
2012
2012 parece ser um ano de mudança. Por isso mesmo, a partir de Fevereiro este blog será escrito a partir da Suíça.
2.11.11
10.10.11
30.9.11
14.9.11
15.8.11
9.8.11
Bomba Relógio
A área de Londres tem cerca de 7.5 milhões de pessoas. Nesta cidade vivem dos super ricos aos super pobres, milhares de pessoas chegam todos os anos em busca de uma vida melhor ou só para terem uma experiência diferente. Quando me mudei para lá em 2007 o dinheiro e o emprego quase que cresciam nas árvores, por consequência, reinava optimismo e felicidade. Em 2008 começou o choque, milhares de pessoas a perder o emprego, o dinheiro evaporou-se do dia para a noite e as pessoas começaram a ficar desesperadas. Como eu, muitos se foram embora, mas muitos outros ficaram. Hoje, passados 3 anos do início da crise, as condições sociais degradaram-se até bater quase no fundo. Corta-se sem pensar na vida de quem tem mais dificuldades. Londres é uma bomba-relógio, bastou um acidente para a raiva se espalhasse a todos aqueles estão fartos de viver infelizes e também aqueles que gostam de vandalizar só porque sim. Vivemos todos num equilíbrio frágil, a maior parte de nós mantém o bom senso e é por isso que conseguimos viver em sociedade. Se o balanço se alterar e a maioria se revoltar a bomba explode e não há quem possa controlar isso.