15.1.10

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Estar livre é uma boa sensação. Estar livre de obrigações, de telefonemas, de mensagens. Estar livre para ir ou não ir e não ter de convidar ninguém, dar justificações, no fundo dependermos só e só de nós próprios. Estar livre ajudou-me a ser eu própria outra vez, a pôr-me a mim no lugar mais importante da minha vida. Faz-me sentir leve não esperar o email que não chega ou a mensagem que não foi escrita, ter de ouvir desculpas, aturar mentiras, decifrar frases, "mas o que é que ele quis dizer?" ou dizer que mim mesma que se ele não atendeu o telefone e não telefonou de volta é porque foi raptado, assaltado e perdeu a memória e anda à deriva a tentar lembrar-se de quem é.

O problema é quando somos apanhadas desprevenidas e uma saída transforma-se em duas e duas transformam-se em sete ou em vinte e quando damos por nós, que éramos livres e não procurávamos nada e na realidade nunca mais queríamos ver um homem à nossa frente, estamos sentadas a olhar para a caixa de email feitas parvas a pensar que se calhar lhe cortaram a internet e que a desculpa de última hora era na realidade um caso de vida ou morte e que não vale a pena estarmos tão desiludidas.