#18
É como se tivéssemos passado de fevereiro para outubro.
Perguntam-me muitas vezes se não é horrível e deprimente passar o inverno aqui. A minha resposta é sempre que apesar do frio na rua, é muito mais confortável estar cá porque as casas são bem aquecidas.
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Há cerca de um mês comprei o fitbit one, um pedómetro. A ideia é sentir-me motivada a dar pelo menos 10000 passos por dia, para manter um estilo do vida saudável. Desde essa altura que o uso todos os dias e dou uma média de 8000 passos, o que não é o suficiente. Mas só o facto de querer dar mais passos e ver os números e gráficos diários de actividade ao fim do dia já me faz sentir que foi uma boa compra.
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Aquele momento em que chego a casa super cansada, ponho água a aquecer para fazer um chá, abro o armário para ir buscar uma caneca e suspiro de alívio ao perceber que ainda tenho loiça limpa e não tenho de lavar nada.
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Nunca gostei de domingos. A perspective de ter escola ou ter de ir trabalhar no dia seguinte ensombram sempre o dia. No entanto, aqui os domingos conseguem ser ainda pior. Não há um supermercado ou loja abertos, mais de metade dos restaurantes e cafés fecham e ninguém sai à rua, especialmente com frio. E eu tenho horror a cidades vazias e a esta solidão imposta à força porque o domingo é o dia da família. E quem não a tem tivesse.
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Nos últimos dias de inverno estava um sol fantástico. Agora não pára de chover.
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Há dias que quase morro de tédio neste deserto de ideias, neste marasmo cultural que é a Suíça. É insuportável.
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Há dias que me pergunto se vim mesmo viver para a Suíça, porque aqui na parte francesa eles basicamente vivem como se fossem um província de França. Gostam de ler o os jornais franceses, de ver a televisão, de ver o cinema francês e de ouvir a música francesa. Discutem mais a política do país ao lado do que a deles e todos têm a sua opinião sobre como os governantes de França deviam agir. E eu pergunto porquê? Claro que acho importante estarmos atentos ao que se passa ao nosso lado, mas eles só querem saber da França, não dizem nada da Alemanha, nem da Itália, nem de nenhum outro sítio. No entanto, quando apontamos o facto de eles viverem obcecados com o país vizinho, apressam-se a distanciar-se porque na mente deles a Suíça é infinitamente superior.
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Ontem cheguei tarde a casa por causa do trabalho e tive de ir cozinhar. Pensei em adiantar serviço e fazer logo um segundo jantar para não ter de cozinhar outro. Fui comer enquanto o segundo prato estava no forno e nunca mais me lembrei dele. 2 horas mais tarde comecei a sentir cheiro a queimado. E hoje tenho de cozinhar outra vez.
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Quão frustrante é passar o dia a cair de sono e no momento em que me deito fico logo desperta?
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Tenho conhecido muitas pessoas a viver aqui que nasceram na suíça, mas que têm pais portugueses, italianos, espanhóis, etc. Estas pessoas dizem sempre que são da nacionalidade dos pais, visto ser raro que tenham passaporte suíço. No entanto, basta falar um pouco com algumas sobre o país que dizem ser delas (Portugal, Itália, Espanha, etc) para as ouvirmos dizer que felizmente nunca tiveram de viver nesses países horríveis e que não têm intenção de os conhecer melhor. Não suporto ouvir coisas destas, acho bastante ofensivo. Quando lhes dá jeito usam a única nacionalidade que possuem, mas depois não se cansam dizer mal.
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Como trabalho a 40km de casa passo muito tempo em comboios. E apercebi-me há tempos que certos comboios têm nome, o que me faz gostar mais um bocadinho do sistema de transportes de cá. Parece menos impessoal e gosto de ver todas as manhãs o nome da máquina que me vai transportar.
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