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De Fevereiro! Gosto do dia.
Hoje tive a oportunidade de ir passar a manhã a umas piscinas de água quente em Lavey. Posso dizer que adorei. Estar num jacuzzi de água bem quente ao ar livre no Inverno é uma sensação fantástica. Para além das piscinas tinham salas para relaxar, sauna e banho turco. Para quem quer descansar não há nada melhor.
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A nossa língua materna é uma ferramenta extremamente importante para a nossa vida diária. Pequenas coisas diárias dependem de podermos comunicar com as pessoas, como por exemplo ir ao banco, procurar casa, telefonar. É impressionante como nos sentimos impotentes quando estamos num sítio cuja língua não dominamos. Tudo é antecipado e ensaiado e uma pequena tarefa ganha uma enorme importância. Será que vou perceber quando a pessoa responder? E no fim, quando corre bem, fico com uma enorme sensação de vitória por ter conseguido ir ao banco sozinha ou ter conseguido falar com uma imobiliária por telefone. São as pequenas coisas.
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O tempo tem passado muito depressa, demasiado para fazer, coisas novas para descobrir. Estou aqui há menos de 3 semanas e já me parecem meses.
Queria escrever um pouco sobre o processo de vir para cá trabalhar, embora isto seja apenas a minha percepção e possa haver informação mais correcta noutros locais. No meio da confusão toda o que me parece mais fácil é mesmo conseguir emprego. A Suíça não faz parte da União Europeia, logo para se trabalhar cá é necessário obter um permit de trabalho.
Para obter este permit é necessário ir à comuna do cantão onde se reside com o contrato de trabalho, fotografias tipo passe, cartão do cidadão ou passaporte, cédula pessoal e uma declaração do tribunal com o cadastro. Com estes documentos é quase sempre concedido o permit, que pode demorar até 30 dias a chegar e que custa 90 francos (mas acho que o preço varia). Existem três tipos: o C, o B e o L. O C é melhor, é o que equivale a ser suíço, o B é para contratos de tempo indeterminado e penso que tem uma duração de 5 anos e o L que tem a validade de 6 meses e que não permite fazer muitas das coisas que se podem fazer com os outros 2.
De seguida abri uma conta no banco. Foi muito fácil, basta levar o passaporte, eu levei o contrato de trabalho também, embora ache que não era necessário e já está. Não precisei de depositar dinheiro nenhum, nem de dar prova de morada.
Outra burocracia importante a tratar são os seguros que são obrigatórios. Tive de comprar um seguro de saúde que custa cerca de 250 francos mensais, um seguro de responsabilidade civil (sim, a sério) e um seguro que cobre danos feitos no recheio da casa, que custam cerca de 180 francos por ano.
Dito assim até parece simples e no meu caso até foi porque tenho tido a ajuda preciosa de pessoas fantásticas que me levaram directamente aos sítios certos me ajudaram com o francês. O que me me leva a dizer que o melhor conselho que posso dar a alguém que queira vir para cá é: aprender bem francês.
Eu fiz um curso intensivo na alliance française, mas não foi o suficiente. Quanto mais estudarem em casa, menos dificuldades vão ter por cá. Eu continuo um bocado às aranhas, embora ouvir todos os dias ajude. E fiquem cientes que aqui quase ninguém fala inglês de bom grado. Já tive de falar inglês uma vez ou duas e sinto-me mal sempre que tenho de o fazer.
Posso também dizer que o meu trabalho tem boas condições, o ordenado é certamente atraente, mas os custos de cá viver são consideráveis. É difícil pagar menos de 40 francos num restaurante.
E agora a parte interessante, arranjar casa é um pesadelo. As rendas normalmente ficam por um terço do ordenado, nada mau. Em londres as rendas são muito caras, mas existem milhares de casas, aqui as rendas são acessíveis, mas é preciso ter muita sorte ou uma grande cunha para conseguir alugar uma casa. Para começar, só se pode alugar uma casa com o permit de trabalho (que pode demorar até 30 dias) e a grande maioria das casas exige 3 recibos de ordenado e 3 meses de caução. O que significa que na maior parte dos casos só é possível alugar uma casa no quarto mês, um T1 que custe 1500 francos por mês vai ter investimento inicial de 6000 francos (1ª renda e caução), mais o preço de mobilar a casa. Até lá as opções passam por alugar um quarto, ficar num hotel ou ficar em casa de amigos. E o processo de aluguer é estranhíssimo, as pessoas que estão na casa e vão sair encarregam-se das visitas, e a agência imobiliária trata do processo. Quando há pessoas interessadas na casa, estas têm de preparar um dossier para entregar na imobiliária e vai ser avaliado. Há tantas pessoas a procurar e tão poucas casas que as agências se dão ao luxo de mandar pessoas embora.
A conclusão é que os primeiros meses são muito duros. Em termos de adaptação, em termos de língua, burocracias e em termos de custos. Estar cá com o dinheiro de Portugal não é nada fácil, mas tudo deve melhorar a partir do momento em que se recebe o primeiro ordenado.
Outras curiosidades que me saltaram a vista são o facto de nas moradas não escrever o andar, nem o apartamento, escreve-se o nome da pessoa e o carteiro procura quando chega. Toda a gente tem Iphone, toda a gente mesmo. A comida é fantástica, ando perdida com os queijos e os chocolates.
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